Um sonho de consumo alvinegro

13/02/2012 00:58

(Maquete da reforma em andamento do Estádio Municipal)

Há cerca de cinquenta anos atrás, um prefeito resolveu construir um estádio de futebol para abrigar um clube recém fundado, a então Associação Sportiva Arapiraquense. Merecidamente, o estádio receberia o nome do seu fundador, Coaracy da Mata Fonseca. Falamos aqui de acontecimentos do início dos anos 50, época em que Arapiraca contava com pouco mais de 37.000 habitantes.

Pois bem. A cidade cresceu e cresceu num ritmo superior à média da maioria das cidades brasileiras. Em 1970, Arapiraca tinha aproximadamente 94.000 habitantes. No censo do IBGE de 2010, registrou-se 216.108 habitantes. Vejam isso! Em 42 anos, Arapiraca mais que dobrou demograficamente.

A continuar essa tendência, em 2050, Arapiraca terá uma população de 400 mil pessoas!

Aonde quero chegar com esses números que nada têm a ver com o futebol? Será que não mesmo? Óbvio que tem tudo a ver e como tem! Estamos nos referindo aqui a uma cidade, encravada no centro de uma região agreste, que adora futebol e não é de hoje isso não. O Fumeirão já lotava nos anos 60, 70 e, especialmente, nos anos 80, quando o ASA começou a formar grandes equipes de futebol.

Vindo agora à realidade atual, na qual o ASA se tornou o gigante cantado e proseado na melodia e letra do seu hino, quando passou a conquistar títulos estaduais, um atrás do outro, e a participar da Série B do campeonato brasileiro de futebol, depois de um honroso vice campeonato brasileiro da Série C de 2009, tornou-se pública e notória a necessidade premente de a cidade dispor de um estádio de futebol com uma estrutura física, que respeite minimamente os ditames do Estatuto do Torcedor (Lei n° 10.671/2003) e não é isso o que se observa no Fumeirão.

Reconhecidos os esforços da administração municipal para melhoria das acomodações do Fumeirão, entendemos, sobre todos os aspectos, que, construir-se um novo estádio de futebol para 15.000 ou 16.000 pessoas, em outro local mais afastado do centro da cidade, mais confortável, mais seguro e dotado de equipamentos necessários para os profissionais envolvidos desempenharem dignamente as suas funções e, por outro lado, o público sentir prazer em adquirir um ingresso para assistir uma partida de futebol, sabendo, de antemão, que assistirá, realmente o espetáculo para o qual investiu o fruto do seu trabalho e não ficará, obrigatoriamente, em pé durante todo o evento, porque a visibilidade é quase nula em quase todas as partes do estádio.

Gastar-se tempo e dinheiro para remendar a estrutura viciada do Fumeirão é um equívoco administrativo, apesar da inegável boa intenção da prefeitura, por tudo isso, rogo aos políticos que nos representam, para elaborarem um projeto de estádio novo para Arapiraca. Submetam-no ao Ministro dos Esportes; Argumentem fervorosamente da potencialidade da cidade e região, que cresce a passos largos e precisa sair da década de 50 e, enfim, presenteiem-nos com um templo verdadeiramente sagrado do futebol. O ASA já fez a sua parte, transformando-se num verdadeiro gigante das Alagoas. Os nossos políticos estão devendo a sua (que é nossa, eleitores) cota de participação nessa empreitada.